TURISMO DE PARQUES TEMÁTICOS
PARQUE PRAÇA DOS EXAGEROS
Itu conquistou a fama de Cidade dos Exageros na década de 1970, graças a Francisco Flaviano de Almeida, o famoso Simplício, artista ituano que participava do então programa televisivo Praça da Alegria na TV Tupi. Seu personagem era o Ozório que, juntamente com sua esposa Ofélia, contavam vantagens exageradas sobre sua terra natal, dizendo que em Itu tudo é grande. Com isso, o Brasil todo passou a enviar a Itu seus legumes fora do comum, a fim de que fossem mostrados no programa da TV. Devido a essa fama, muitos turistas foram atraídos para verem o que a cidade possuía de grande, as lojas começaram a vender produtos de tamanhos exagerados, a prefeitura encomendou um semáforo de proporções exageradas e a antiga TELESP - Telecomunicações de São Paulo S/A enviou um orelhão gigante, sendo eles instalados na praça principal da cidade (Praça da Matriz).
Em 2012, foi inaugurado um espaço temático municipal denominado Praça dos Exageros, com um boneco gigante simbolizando o Simplício sentado em um banco de praça, e outros atrativos, relembrando o programa onde tudo começou. Localizada junto ao Centro de Lazer Franco Montoro na Vila Padre Bento, a Praça dos Exageros foi urbanizada para impulsionar o turismo em Itu. A revitalização desse espaço temático para melhor acolher seus visitantes ocorreu no mês de junho de 2020. A nova Praça dos Exageros conta com fonte interativa, e objetos em formato gigante, um jogo de xadrez, joaninhas, formigas, um jogo de lápis, um interfone uma trena no formato de escorregador, infraestrutura adequada, palco coberto, além da expansão do estacionamento para os diversos tipos de veículos visitantes. As melhorias incorporaram pavimentação em lajotas de concreto, paisagismo, adequação de banheiros, quiosques adicionais, readequação das instalações elétrica e hidráulica, sinalização viária e estrutura para o atendimento ao público.
Todas essas benfeitorias foram amparadas com recursos provenientes do governo do Estado de São Paulo, através do DADETUR - Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos.
TURISMO CULTURAL EM ITU
O turismo Cultural consiste num dos segmentos mais representativos da Estância Turística de Itu, devido, principalmente, à grande quantidade e diversidade de patrimônios centenários edificados tombados pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e CONDEPHAAT. No Centro Histórico é possível se fazer, a pé, roteiros com visitações a Igrejas Históricas, Museus, Casarões e Antigas Fábricas. Não muito longe do centro temos o Parque Geológico do Varvito e na área rural, encontramos as fazendas históricas, que passaram pelos ciclos do açúcar, algodão e café, nos séculos XVIII, XIX e XX, sendo que atualmente uma parcela significativa dessas fazendas se dedica a atividade turística, utilizando as antigas casas sede, senzala, colônias, engenhos, tulhas e terreiros de café, adaptando-as para hospedagem, restaurantes, cavalgadas, áreas de campings e vivências da cultura caipira.
Nesse sentido, destaca-se a expressiva frequência de grupos escolares, durante os dias de semana, presente na Itu por meio da prática dos roteiros pedagógicos, os quais, por muitas vezes, são integrados às cidades vizinhas e ocorrem em atrativos como Fazenda do Chocolate, Museu da Energia, Igrejas ou em uma das fazendas históricas de Itu.
Dos eventos culturais com potencial de atrair visitantes, podemos destacar o Estouro do Judas, Desfile do Divino, Procissão de Corpus Christi, Festa Italiana, Festa Japonesa e o Festival de Artes.
Podemos destacar alguns atrativos culturais:
1. Centro Cultural Fábrica São Pedro
O Centro Cultural Fábrica São Pedro ocupa o espaço onde por muitos anos funcionou a Companhia Fiação e Tecelagem São Pedro, indústria têxtil de grande relevância econômica nacional. O Fama Museu é o principal equipamento cultural do local, contando com um acervo amplo e versátil de arte brasileira, desenvolvendo constantemente as suas atividades culturais, museológicas e educativas, proporcionando ao público uma programação de exposições temporárias e acolhimento à comunidade local através do educativo. Exposições: Olhar de Tarsila, Nas Cidades Históricas Mineiras; Corredor Cronológico Fábrica São Pedro;
O Centro Cultural conta também com:
O Ateliê Kobra, um dos locais de trabalho e criação do grafiteiro e muralista Eduardo Kobra. A abertura para visitação pública é uma iniciativa do artista com o objetivo de tornar a arte e a cultura cada vez mais acessíveis, e também uma forma de retribuir o carinho das pessoas que admiram e acompanham o seu trabalho.
O Ateliê Mestre Alvino, um escultor independente que busca na madeira eternizar os seus sentimentos. Artista autodidata, há mais de 45 anos eternizando visões e pensamentos em obras inéditas, utilizando madeira reutilizada e técnicas diversas.
O Ateliê Gabriel Ambrósio, atua na área de design e artes, criando peças de arte vestível e customizando roupas, com forte influência da cultura pop e da Neo Pop Art. O trabalho inclui pinturas à mão com spray e pinceladas, transformando itens como jaquetas jeans em verdadeiras obras de arte.
Ateliê Guilherme Kramer, além de ser o local de trabalho do artista, o ateliê é um espaço de experimentação, encontro e exposição de sua arte. Os visitantes podem ver trabalhos que vão desde as primeiras obras de Kramer até criações mais recentes, em diferentes formatos. Nascido em São Paulo, Guilherme Kramer é um artista urbano conhecido por seu estilo único, focado principalmente em desenhos de multidões e paisagens urbanas. Iniciou sua carreira com nanquim sobre papel e, ao longo dos anos, expandiu seu trabalho para óleo sobre tela e grandes murais, que podem ser vistos em diversas cidades do Brasil e do mundo. A cidade e o fluxo humano são suas principais fontes de inspiração, resultando em obras que exploram o conceito do "indivíduo coletivo".
O Duo Espaço de Arte é um escritório de arte voltado para o desenvolvimento de projetos de artes visuais, como exposições, publicações, workshops e palestras. O Duo tem como objetivo principal apoiar e promover o desenvolvimento de artistas e curadores em ascensão. Promove exposições de artes visuais, como a exposição coletiva "Duo Transbordamentos", que marcou sua inauguração. Oferece workshops, palestras e bate-papos abertos ao público para fomentar a discussão e o aprendizado sobre artes visuais.
O Museu Asas de Um Sonho é um espaço dedicado à preservação da história da aviação. Anteriormente conhecido como Museu TAM, ele abriga um vasto acervo de aeronaves, incluindo modelos históricos e icônicos. O museu oferece aos visitantes a oportunidade de explorar a evolução da aviação, desde os pioneiros até os aviões modernos. Além das aeronaves, o acervo inclui exposições de fotos, documentos e objetos relacionados à história da aviação no Brasil e no mundo. O Museu Asas de um Sonho é um local de interesse para entusiastas da aviação, estudantes e famílias que desejam aprender mais sobre a história e a tecnologia da aviação. Conta com 5 exposições abertas ao público: Santos Dumont – Pioneiros da Aviação, Sikorsky – Guardião dos Mares, Mirage III – Um Tricampeão no Comando, Rolim – The Magic Red Carpet e Ada Rogato – A Pioneira.
2. Fábrica São Luiz
À esquina da Rua Paula Souza com a Praça Dom Pedro I, ergueu-se o edifício que abrigou a primeira fábrica de tecidos movida a vapor do Estado de São Paulo. Inaugurada em 1869, foi construída com o capital de um grupo local, a fábrica foi ampliada no final do século, com o projeto do engenheiro Artur Sterry, da Companhia Ytuana de Estradas de Ferro. Depois de mais de um século em funcionamento, a Fábrica São Luiz encerrando suas atividades em 1982. Hoje, o Espaço Fábrica São Luiz abriga lojas e espaços culturais destinados a realização de exposições, teatros, festas e eventos.
3. Cruzeiro de São Francisco
No antigo largo de São Francisco, atual Praça Dom Pedro I, um cruzeiro erguido em cantaria trabalho executado pelo arquiteto Tebas, é a única memória que resta do imponente conjunto formado pelas edificações da Igreja São Luis de Tolosa, do Convento e da Igreja de São Francisco da Ordem Terceira, erguido pela Ordem Franciscana entre os séculos XVII e XVIII. Dentre os registros iconográficos deste Convento, destaca-se uma excelente aquarela executada por um artista ituano, Miguelzinho Dutra. Muitas imagens sacras originárias deste antigo convento atualmente podem ser visitadas na Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária e Igreja de São Benedito.
4. Mercado Municipal de Itu
O Mercado Municipal foi inaugurado em 14 de maio de 1905 num prédio projetado pelo escritório do arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo e que, na época de sua inauguração, surpreendeu a população por sua beleza e modernidade. A inauguração fez nascer uma nova época na vida comercial da cidade, no largo localizado atrás da capela de Santa Rita de Cássia, hoje, Praça da Bandeira.
O projeto de revitalização do “Mercadão”, que foi reinaugurado em 2019, manteve as características originais de sua fachada e foi aprovado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
O novo espaço público conta com 16 boxes, banheiros, ar condicionado, além de uma nova aparência no seu entorno. Dessa forma, o centenário Mercadão se tornou numa nova atração turística, além de beneficiar a população com gêneros alimentícios de qualidade.
5. Regimento Deodoro (antigo Colégio São Luís)
O Colégio São Luis fundado em 1867 foi erguido em terrenos do antigo Seminário do Bom Conselho, por padres da Companhia de Jesus, vindos de Roma. Em 1872, o Colégio já contava com elegante igreja e imponentes edifícios, reunindo anualmente cerca de 400 alunos vindos de toda a Província. Funcionou em Itu até o ano de 1917, quando foi transferido para São Paulo, passando a propriedade do imóvel para o Governo Federal, que nele instalou o Regimento Deodoro. Após 1918, com a implantação do Quartel, a Praça Duque de Caxias, que representava o acesso para a estrada de Jundiaí, incorporou-se ao ufanismo e usos e costumes do povo ituano. Dizer para alguém que, ao passar pela Praça do Quartel, fora cumprimentado por algum oficial, era símbolo e sinônimo de status.
No Museu do Quartel se encontram diversos tipos de materiais e artefatos, com destaque para: troféus, alguns da década de 30, uniformes do início do século passado, equipamentos e utensílios utilizados pelos soldados na 2ª Guerra Mundial. Também faz parte do complexo a Igreja São Luis Gonzaga, que durante anos foi alojamento da extinta BCR (Bateria de Comando do Regimento), sendo reaberta em 1979.
6. Trem da Republica
O Trem da republica é um passeio turístico-ferroviário operada pela Serra Verde Express que percorre um trajeto de cerca de 7,6 quilômetros, com duração de aproximadamente 1 hora, entre as estações históricas de Itu e Salto. Durante a viagem, guias e artistas promovem intervenções que recriam o clima da época, proporcionando uma imersão na história.
O serviço oferece diferentes categorias de carros de passageiros, incluindo a Turística, a Boutique e a Panorâmica, que homenageiam personalidades históricas como Prudente de Morais, Dona Olímpia, Anselmo Duarte e Michel Temer.
O nome faz referência a um importante marco histórico do Brasil: a Convenção Republicana de Itu, foi uma reunião de fazendeiros, empresários e políticos que estavam insatisfeitos com a monarquia, ocorreu em 18 de abril de 1873, um dia após a inauguração da Companhia Ytuana de Estradas de Ferro. A convenção resultou na fundação do Partido Republicano Paulista (PRP), que foi fundamental para a Proclamação da República no Brasil, em 1889.
7. Museu Republicano
Foi no sobrado, que hoje abriga o Museu Republicano que, em 18 de abril de 1873, realizou-se a reunião que efetivou as bases do Partido Republicano Paulista, mais conhecida como Convenção de Itu. No cinquentenário dessa Convenção, em 1923, o local foi transformado pelo então Presidente do Estado Washington Luís Pereira de Sousa, em museu.
Além de valioso acervo relativo aos republicanos históricos e à memória de Itu, o museu também se destaca pela coleção de objetos que pertenceram ao primeiro Presidente Civil do Brasil, o ituano Prudente de Moraes. Em seu saguão de entrada há vários painéis de azulejos com cenas que apresentam uma narrativa da história de Itu, entrelaçada com momentos chave da história nacional.
8. Museu da Música
O Museu da Música – Itu é uma instituição dedicada à preservação e pesquisa da tradição musical da cidade, que remonta a mais de três séculos. Ele é mantido pelo Instituto Cultural de Itu e foi criado em 2007. Seu acervo histórico reúne partituras de compositores ituanos, coleções de instrumentos musicais e gravações de antigos moradores. Esta tradição musical abrange desde a música erudita, patrocinada pela elite local, a manifestações populares como modas de viola, serestas e samba de terreiro. A exposição é organizada em salas temáticas para ajudar o visitante a compreender a história musical de Itu, incluindo a música marcial, de seresta e de concerto.
9. Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária
A Matriz de Nossa Senhora da Candelária é considerada o maior patrimônio do barroco paulista, foi inaugurada em 1780 sob orientação do Padre João Leite Ferraz, ao longo dos séculos, recebeu sucessivas intervenções, em especial a da fachada executada pelo arquiteto Ramos Azevedo e o engenheiro Paula Souza. Com o interior adornado em estilo barroco e rococó, abriga obras primas em talha, pinturas dos artistas José Patrício da Silva, Padre Jesuíno do Monte Carmelo e Almeida Júnior.
No teto da sacristia há pinturas da artista italiana Lavínia Cereda, de 1878 e foram executadas a pedido do Padre Miguel Corrêa Pacheco. Seu órgão de tubos é de 1883, da renomada marca francesa Cavaillè-coll.
10. Igreja do Bom Jesus e Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus
A Igreja do Bom Jesus foi inaugurada em 1765 e teve como seu construtor o Padre Manoel da Costa Aranha. Foi erguida no local onde existiu a primitiva capela de Nossa Senhora da Candelária, construída no início do século XVII por Domingos Fernandes, o fundador da cidade de Itu. Na sua fachada podem ser visto as imagens dos quatro evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João).
Anexa a Igreja, desde 1904, há o Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus, devoção trazida no século XIX pelo Padre Bartholomeu Taddei.
11. Igreja e Colégio Nossa Senhora do Patrocínio
Idealizada por Padre Jesuíno do Monte Carmelo, arquiteto, operário, artista e devoto de Nossa Senhora do Patrocínio, foi inaugurada em 1820, recebendo alterações arquitetônicas no final do século XIX. A igreja ficou famosa a partir de 1859, quando passou a abrigar o primeiro colégio para meninas da província de São Paulo, sob a responsabilidade das irmãs de São José que vieram da cidade de Chambery na França. Na Igreja está sepultada sua primeira superiora, Madre Maria Theodora Voiron, cujo processo de canonização está em andamento.
12. Igreja, Convento e Seminário Nossa Senhora do Carmo
O Convento do Carmo foi construído no século XVIII, possuindo então rico patrimônio em terras, escravos e obras de arte. Em 1782 inaugurou-se a Igreja, que surgiu da ampliação da capela-mor e sacristia do Convento. No interior da Igreja há pinturas no forro da capela-mor e da nave de autoria do Padre Jesuíno do Monte Carmelo, e um belíssimo conjunto de imagens sacras, chamadas de Imagens do Triunfo do Nosso Senhor, todas esculpidas em madeira no século XVIII pelo artista Pedro da Cunha, na cidade do Rio de Janeiro. Todo o conjunto é tombado como monumento histórico nacional.
13. Igreja de Santa Rita de Cássia
Mathias de Mello Rego e outros, com provisão do Bispo do Rio de Janeiro e tendo como vigário da paróquia Félix Nabor de Camargo, erigiram esta capela em honra de Santa Rita de Cássia, no ano de 1728. Situada no então “arrebalde de vila”, no velho caminho que seguia para a cidade de Jundiaí, a igreja de Santa Rita é um dos mais antigos monumentos religiosos da cidade de Itu, preservando em seu interior a arquitetura original.
14. Igreja de São Benedito
Dentre todas as igrejas do centro histórico de Itu, a mais nova é a de São Benedito. Situada na Rua Santa Cruz, esquina com o Passeio Público Marcos Steiner, teve iniciada sua construção a 29 de junho de 1908, em terreno doado por um italiano de nascimento e fervoroso devoto de São Benedito, que há muito residia nesta cidade e aqui havia constituído família, chamado Miguel Véspoli. Numa demonstração de devoção do povo ituano, a Irmandade de São Benedito conseguiu por meio de doações, construir esse belo templo.
Toda a população queria contribuir com alguma coisa para sua edificação: uns doavam dinheiro, outros, material de construção e outros ainda doavam a mão-de-obra e dias inteiros de trabalho. Em 22 de maio de 1910, mesmo não estando ainda concluídas todas as obras foi realizado o benzimento da nova igreja pelos Padres José Visconte, Elisiário de Camargo Barros e Bassano Faine. No interior do templo encontram-se várias imagens que pertenciam ao antigo Convento de São Francisco que se localizava na Praça Dom Pedro I.
TURISMO RELIGIOSO EM ITU
No âmbito do Turismo Religioso, Itu também é reconhecida como a “Roma Brasileira”, um título atribuído à cidade em 1908 pelo cardeal Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti quando veio visitar o antigo Colégio São Luiz, espaço onde atualmente é o Regimento Deodoro. Ele ressaltou a forte influência da Companhia de Jesus em Itu, missionários que vieram de Roma na segunda metade do século XIX. Fortalecendo a presença da cultura italiana por meio da língua, arquitetura, como na construção do próprio Colégio e na Igreja do Bom Jesus com a instalação do Teatro São Domingos.
A cidade de Itu preserva diversas igrejas históricas, muitas delas erigidas no século XVIII, que possuem um valor artístico e religioso significativo, atraindo especialmente os devotos do Cristianismo Católico, além de um calendário anual de eventos religiosos tradicionais, alguns deles centenários, que recebem visitantes e peregrinos de diferentes regiões do país.
IGREJA NOSSA SENHORA DA CANDELÁRIA
A Matriz de Nossa Senhora da Candelária é considerada o maior patrimônio do barroco paulista. Foi inaugurada em 1780 sob orientação do Padre João Leite Ferraz e ao longo dos séculos recebeu sucessivas intervenções, em especial na fachada, executada pelo arquiteto Ramos Azevedo e o engenheiro Antônio Francisco de Paula Souza, adquirindo características neoclássicas. Com o interior adornado em estilo barroco e rococó, abriga obras primas em talha e pinturas dos artistas José Patrício da Silva Manso, Padre Jesuíno do Monte Carmelo e Almeida Júnior. No teto da sacristia há pinturas da artista italiana Lavínia Cereda, de 1878, que foram executadas a pedido do Padre Miguel Corrêa Pacheco. Seu órgão de tubos é de 1883, da renomada marca francesa Cavaillè-coll.
CONVENTO E IGREJA NOSSA SENHORA DO CARMO
O Convento do Carmo foi fundado em 1760 pelo Frei João Batista de Jesus. Em 1782 foi inaugurada a Igreja, que surgiu da ampliação da capela-mor e sacristia do Convento. Apesar de diversas reformas ao longo dos séculos, preserva seu traçado original, simbolizando a riqueza arquitetônica e religiosa do período colonial. No interior da Igreja, há pinturas no forro da nave e da capela-mor de autoria do Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Há um belíssimo conjunto de imagens sacras, chamadas de Imagens do Triunfo do Nosso Senhor, todas esculpidas em madeira no século XVIII pelo artista Pedro da Cunha, na cidade do Rio de Janeiro. Todo o conjunto é tombado como monumento histórico nacional.
IGREJA SANTA RITA DE CÁSSIA
Situada no antigo ”arrabalde de vila”, no velho caminho que seguia para a cidade de Jundiaí, a Igreja de Santa Rita é um dos mais antigos monumentos religiosos da cidade de Itu, preservando em seu interior a arquitetura original. No ano de 1728, Mathias de Mello Rego e outros devotos, com autorização do Bispo do Rio de Janeiro e sob a orientação do vigário Félix Nabor de Camargo, construíram esta capela em homenagem a Santa Rita de Cássia.
IGREJA SÃO BENEDITO
Dentre todas as igrejas católicas do centro histórico de Itu, a mais nova é a de São Benedito. Sua construção foi iniciada em 29 de junho de 1908, em terreno doado por Miguel Véspoli, italiano de nascimento e fervoroso devoto de São Benedito que há muito tempo residia nesta cidade e aqui havia constituído família. Numa demonstração de devoção do povo ituano, a Irmandade de São Benedito conseguiu construir esse belo templo através de doações. Toda a população queria contribuir com alguma coisa para sua edificação, uns doavam dinheiro, outros materiais de construção e existiam ainda aqueles que doavam a mão-de-obra e dias inteiros de trabalho. Em 22 de maio de 1910, mesmo não estando ainda concluídas todas as obras, foi realizado o benzimento da nova igreja pelos Padres José Visconte, Elisiário de Camargo Barros e Bassano Faine. No interior do templo encontram-se várias imagens que pertenciam ao antigo Convento de São Francisco que se localizava na Praça Dom Pedro I.
IGREJA DO BOM JESUS E SANTUÁRIO NACIONAL DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
A Igreja do Bom Jesus foi inaugurada em 1765 e teve como seu construtor o Padre Manoel da Costa Aranha. Foi erguida no local onde existiu a primitiva capela de Nossa Senhora da Candelária, construída no início do século XVII por Domingos Fernandes, fundador da cidade de Itu. Em sua belíssima fachada podem ser vistas as imagens dos quatro evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João). Anexo à igreja, desde 1904, há o Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus, devoção trazida no século XIX pelo Padre Bartholomeu Taddei.
IGREJA NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO
Idealizada por Padre Jesuíno do Monte Carmelo, arquiteto, operário, artista e devoto de Nossa Senhora do Patrocínio, a Igreja Nossa Senhora do Patrocínio foi inaugurada em 1820, recebendo alterações arquitetônicas no final do século XIX. O local ficou famoso a partir de 1859 quando passou a abrigar o primeiro colégio para meninas da província de São Paulo, sob a responsabilidade das irmãs de São José que vieram da cidade de Chambéry na França. Na Igreja está sepultada sua primeira superiora, Madre Maria Teodora Voiron, cujo processo de canonização está em andamento. No espaço, há também um memorial aberto ao público em sua homenagem.
IGREJA SENHOR DO HORTO E SÃO LÁZARO
A antiga capela e o hospital existentes no local foram edificados pelo benemérito ituano Padre Antônio Pacheco e Silva, cujas obras foram concluídas em 1806. A partir de 1869, Padre Bento Dias Pacheco entrou como capelão, ficando conhecido por sua caridade e dedicação aos doentes pobres.
Pertencente a uma família rica, Padre Bento decidiu vender tudo o que possuía quando completou 50 anos de idade, resolvendo dedicar-se inteiramente a sua vida religiosa. Distribuiu aos pobres o dinheiro arrecadado e dedicou 42 anos de sua vida aos hansenianos que, na época, eram marginalizados pela sociedade. Veio a falecer em 1911 e seu túmulo, que se encontra hoje no interior da Igreja, é bastante visitado por pessoas que afirmam terem obtido graças através de sua intercessão.
REGIMENTO DEODORO – 2º GAC CAPELA MILITAR DE SÃO LUÍS GONZAGA
O Colégio São Luís foi fundado em 1867 nesse terreno que, antes disso, abrigava o Seminário do Bom Conselho com padres da Companhia de Jesus, vindos de Roma. Em 1872, o Colégio já contava com uma igreja elegante e edifícios imponentes, reunindo anualmente cerca de 400 alunos vindos de toda a Província. Funcionou em Itu até o ano de 1917, quando foi transferido para São Paulo, passando a propriedade do imóvel para o Governo Federal, que nele instalou o Regimento Deodoro.
Foi inaugurado em 20 de janeiro de 1971, o Museu do Regimento Deodoro que preserva um rico acervo histórico, combinando a história do Exército Brasileiro com o legado do antigo Colégio São Luís. Entre os itens em exposição estão objetos do colégio, equipamentos médicos da 1ª Guerra Mundial, uniformes militares do início do século XX, utensílios usados na Revolução Constitucionalista de 1932 e na 2ª Guerra Mundial, além de homenagens, condecorações, maquetes, quadros e material visual informativo.
O prédio destaca-se pelo amplo pátio interno e corredores espaçosos, que evocam o passado. Ao lado do museu, a Capela Militar de São Luís Gonzaga complementa o conjunto de belos edifícios que formam um patrimônio histórico de grande valor.
IGREJA E MOSTEIRO CONCEPCIONISTA NOSSA SENHORA DAS MERCÊS
A primeira casa religiosa foi construída na Praça Regente Feijó, fundado em 25 de dezembro de 1825 por Frei Inácio de Santa Justina com o auxílio do Padre Elias do Monte Carmelo. O antigo Mosteiro funcionou até 1960, quando foi demolido. O atual Mosteiro Concepcionista e a igreja foram construídos em 1967 e possui arquitetura moderna, de autoria do Ituano Dr. João Walter Toscano. Neste Mosteiro são produzidas e distribuídas as famosas pílulas de Frei Galvão e também há uma loja que vende licores, doces e artesanatos produzidos pelas monjas.
CRUZEIRO DE SÃO FRANCISCO
No antigo Largo de São Francisco, atual Praça Dom Pedro I, um cruzeiro erguido com a técnica de cantaria por Joaquim Pinto de Oliveira, mais conhecido como Mestre Tebas, é a única memória que resta do imponente conjunto arquitetônico formado pelas edificações da Igreja São Luis de Tolosa, Convento e Igreja de São Francisco da Ordem Terceira, erguido pela Ordem Franciscana entre os séculos XVII e XVIII. Muitas imagens sacras originárias deste complexo atualmente podem ser visitadas na Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária e na Igreja de São Benedito. Dentre os registros iconográficos deste Convento, destaca-se uma excelente aquarela de 1845, executada pelo artista ituano Miguelzinho Dutra.
EXEMPLOS DE FÉ
VENERÁVEL MARIA TEODORA VOIRON
A Venerável Maria Teodora Voiron nasceu em Chambéry, na França, em 6 de abril de 1835, com o nome de batismo Luísa Josefina Voiron. Filha primogênita de um casal de agricultores, cresceu em um lar simples e cristão. Após o falecimento de sua mãe, ainda na infância, foi criada pelo pai que a educou nos valores da fé cristã. Ela e suas irmãs foram matriculadas no Instituto das Irmãs de São José. Dessa mesma família, formaram-se quatro religiosas de Chambéry, sendo que três delas dedicaram suas vidas missionárias ao Brasil.
Na adolescência, Luísa sentiu um forte chamado religioso. Em 17 de dezembro de 1852, ingressou no noviciado da Congregação das Irmãs de São José, adotando o nome religioso de Irmã Maria Teodora Voiron. Sua vida foi marcada por uma dedicação ativa ao voluntariado, à educação e ao cuidado com as pessoas doentes e necessitadas.
Dando continuidade ao trabalho missionário da congregação, no dia 29 de março de 1859, Maria Teodora Voiron e mais cinco irmãs partiram da França rumo a Itu. Durante essa longa viagem, a Superiora Madre Maria Basília contraiu uma grave enfermidade e, fortemente debilitada, faleceu dois dias antes de chegar ao destino. Em razão dessa perda, Irmã Maria Teodora foi escolhida como a nova Superiora da missão.
As Irmãs de São José chegaram a Itu no dia 15 de junho de 1859 e se instalaram temporariamente no prédio da Santa Casa de Misericórdia, até que o Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, a primeira escola feminina do Estado de São Paulo, pode ser inaugurado em 13 de novembro do mesmo ano, onde exerceram o papel de educadoras.
A Congregação das Irmãs de São José fez um importante trabalho educacional no Estado que reverbera até hoje. Não só por estar a frente do primeiro colégio estadual voltado para a educação de mulheres, mas também ao quebrar as barreiras do preconceito, abrindo uma escola gratuita para as meninas negras escravas da cidade de Itu. Além disso, Madre Teodora ficou à frente de muitas outras obras de caridade como orfanatos, asilos, hospitais e leprosários.
Irmã Maria Teodora Voiron faleceu em 17 de julho de 1925, aos 90 anos. Seus restos mortais encontram-se sepultados no interior da Igreja do Patrocínio, onde é visitado por milhares de pessoas. Devido a sua vida dedicada à Igreja e ao povo, morreu com fama de santidade. Muitos católicos atribuem graças a Madre que hoje está no Processo de Beatificação em Roma, na Sagrada Congregação para a Causa dos Santos.
PADRE BENTO
Padre Bento Dias Pacheco nasceu em 17 de setembro de 1819, na cidade de Itu, em uma família abastada. Seus pais desejavam que ele seguisse a carreira de médico, mas ele optou pelo sacerdócio, sendo ordenado padre em 1840. Apesar de exercer as atividades paroquiais por pouco tempo, teve que assumir a gestão da fazenda da família após o falecimento de seu pai. Padre Bento destacou-se na região pelo cuidado humanitário que dispensava aos seus escravizados e por seu profundo sentimento de amor cristão ao próximo.
Inicialmente, Padre Bento recebeu convites para atuar como capelão no Hospital dos Lázaros que abrigou portadores de lepra, doença hoje conhecida como hanseníase. No entanto, ele não aceitou os convites a princípio, já que, na época, os leprosos eram segregados devido ao forte preconceito e à repulsa da sociedade. A doença era injustamente associada ao pecado, à impureza e à desonra.
Em 1869, porém, Padre Bento decidiu dedicar-se exclusivamente ao cuidado dos doentes, especialmente dos hansenianos. Depois de um tempo, Padre Bento vendeu seus bens, distribuiu sua riqueza aos pobres da região, despediu-se da família e passou a morar na Chácara da Piedade, em Itu, onde viviam os portadores de hanseníase.
Durante 42 anos, Padre Bento cuidou dos enfermos, até o seu falecimento em 6 de março de 1911. Ele foi inicialmente enterrado no antigo cemitério dos doentes, porém hoje seus restos mortais encontram-se na Igreja da Paróquia Senhor do Horto e São Lázaro, localizada no mesmo local do já demolido hospital.
A fama de sua dedicação e trabalho realizado em prol da caridade se estendeu e seu túmulo tornou-se local de peregrinação, atraindo muitos católicos que dizem receber graças e favores alcançados por sua intercessão. Em 2003, a Diocese de Jundiaí instalou o Tribunal Eclesiástico Diocesano para a Causa de Beatificação e Canonização de Padre Bento, cujo processo tramita atualmente na Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano.
PADRE BARTOLOMEU TADDEI
Padre Bartolomeu Taddei, nascido em 1846, foi um sacerdote italiano radicado no Brasil, conhecido por sua atuação religiosa e educacional no país. Chegou ao Brasil em 1865, e tornou-se um importante evangelizador jesuíta. Em Itu, viveu os seus últimos 50 anos, onde foi diretor do Colégio São Luís, renomada instituição de ensino do interior de São Paulo, localizada antigamente onde hoje está o Regimento Deodoro.
Sendo considerado muito influente entre os bispos e arcebispos, Padre Bartolomeu Taddei fundou, em 1871, o primeiro centro Apostolado da Oração no Brasil, na Igreja do Bom Jesus de Itu.
Além de seu trabalho educacional, destacou-se devido à devoção ao Sagrado Coração de Jesus que culminou na construção do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, anexo à Igreja do Bom Jesus, inaugurado em 1904. Ele ajudou na arrecadação de recursos, supervisionou a construção e, assim, ajudou a promover a fé católica na cidade.
Padre Taddei faleceu em 29 de outubro de 1913, aos 82 anos, devido a causas naturais. Foi sepultado no interior do Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus, tornando-se um importante símbolo da devoção religiosa.
O Santuário permanece como seu principal legado, simbolizando sua dedidação à igreja. Em 1 de outubro de 2021, na celebração dos 150 anos de fundação do Apostolado da Oração no Brasil, Dom Vicente Costa, então bispo diocesano de Jundiaí, anunciou a abertura do Processo de Beatificação do Padre.
DOM GABRIEL
Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, conhecido somente como Dom Gabriel, foi um destacado bispo brasileiro, nascido em Itu, em 14 de dezembro de 1910. Na adolescência, ingressou no Seminário Premonstratense da cidade de Pirapora do Bom Jesus e, posteriormente, foi para o Convento dos Freis Carmelitas em Itu onde, em 1927, recebeu o hábito carmelita e fez seu noviciado. Ordenado sacerdote em 1934, tornouse bispo auxiliar de São Paulo em 1951 e, em 1966, foi o primeiro bispo da Diocese de Jundiaí.
Reconhecido por sua dedicação à evangelização, obras sociais e fortalecimento das paróquias, Dom Gabriel deixou um importante legado de fé e serviço às comunidades. Faleceu em 1982, sendo lembrado como um líder espiritual exemplar. Seu Processo de Beatificação teve início em 1999. A fase diocesana foi concluída no final do ano 2000, quando os documentos foram enviados à Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, onde o processo aguarda avaliação.