Ecoturismo:
A conexão com a natureza e a beleza cênica estão diretamente relacionadas ao destino, cujas vertentes do ecoturismo mais exploradas são o turismo de aventura, o cicloturismo, a prática de caminhada em trilhas, o turismo cênico e o turismo de observação de animais silvestres.
Mesmo localizado na Região Metropolitana de São Paulo, Rio Grande da Serra tem um clima ameno, com sensação térmica geralmente de temperaturas mais baixas do que nos grandes centros urbanos, além disso, as paisagens do município variam de acordo com a temperatura e a umidade apresentados em cada dia: as áreas vegetadas favorecem a formação da densa neblina que recobre a cidade; em dias de céu claro, são atrativos os cenários formados pelo nascer e pelo pôr do sol, avistados de locais altos, como a Praça da Bíblia e o Mirante da Pedreira. A flora exuberante conta com exemplares característicos de árvores frutíferas, como o Cambuci e o Araçá, além do Manacá da Serra e do Ipê.
A natureza, portanto, cria belas paisagens e cenários, em conjunto com as formações geológicas e patrimônios materiais da cidade. São destaques do ecoturismo:
- Antiga Pedreira (década de 1920): o paredão, em conjunto com a flora local, formam uma paisagem deslumbrante e notável. Do mirante no alto da Pedreira, é possível avistar o pôr do sol de um lado e, do outro, Paranapiacaba e uma parte da faixa litorânea. A trilha utilizada para acessar o Mirante possui 1.400 metros de extensão e é considerada de nível fácil/médio, por ser um pouco íngreme; passa por diferentes patamares até chegar ao topo.
- Caminho Turístico Passos do Padre Capra: interliga os municípios de Rio Grande da Serra e Santo André, passando por áreas urbanas, ciclovias e estradas de terra da Região de Proteção aos Mananciais. É indicado para caminhada, cicloturismo, peregrinação, observação de aves, contemplação da natureza, esportes de aventura e afins. Diferentes perfis de visitantes são atraídos por esse caminho turístico, visto que mescla motivações religiosas, mas também, históricas e culturais, devido às construções e monumentos no trajeto e, os aspectos naturais de extrema relevância. Na cidade, essa trilha representa um corredor que interliga os principais pontos turísticos e atravessa Rio Grande da Serra de uma ponta a outra. Ademais, são envolvidos os comerciantes e prestadores de serviços, que servem como pontos de apoio ao grande número de ciclistas que circula pela região, assim como, aos caminhantes.
Turismo Cultural:
Rio Grande da Serra é marcada por aspectos históricos e culturais relevantes para toda região do Grande ABC. Dentre seus ricos exemplares patrimoniais, há dois que são tombados: a Estação Ferroviária de Rio Grande da Serra (1867), foi a segunda a ser construída no Estado de São Paulo, apenas dois anos após a Estação da Luz, o conjunto é tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), desde 2011; e, a Capela de Santa Cruz ou São Sebastião, datada de 1611, é um dos cartões-postais da cidade e patrimônio tombado municipalmente desde 1990, sendo a única do ano de 1611 remanescente na região do Grande ABC e Alto Tietê.
Os aspectos histórico-culturais também não ficam de lado quando se trata da Antiga Pedreira, que teve grande relevância para o desenvolvimento econômico e a formação do Bairro homônimo, proporcionando o surgimento de espaços de convívio social e de lazer, que hoje podem ser visitados como pontos turísticos: Clube da Pedreira, Igreja Nossa Senhora das Graças e Bonde da Pedreira (exposto no hall da Câmara Municipal). As enormes estruturas funcionais e operacionais da Antiga Pedreira ainda permanecem na paisagem e são motivo de curiosidade aos visitantes.
Também merece destaque a Associação Fibras da Serra, ONG de geração de renda através da produção e venda de produtos confeccionados com a fibra da bananeira, além de outros tipos de artesanato. Parte do que é produzido tem como objetivo retratar a cidade e seus aspectos mais marcantes, para serem vendidos como souvenires.
Por fim, o Festival do Cambuci é um evento tradicional com apresentações artísticas e culturais, contando com a Feira Gastronômica do Cambuci, onde são comercializados diversos produtos tendo como base o fruto nativo da Mata Atlântica. O evento acontece tradicionalmente há 17 anos, de forma crescente e está incluído no calendário turístico do Estado de São Paulo, por meio da Lei estadual número 15.199 de 11 de novembro de 2013.
Turismo Religioso:
O turismo religioso no município contempla Igrejas e Capelas relevantes regionalmente, como a Capela de Santa Cruz ou São Sebastião, que figura no “Guia Turístico Católico do Estado de São Paulo” e, a Igreja Nossa Senhora das Graças, construída em parceria entre a Prefeitura Municipal de São Paulo e a comunidade local, conta com uma escadaria de mais de 100 degraus e imagens esculpidas pelos moradores da região, ambas fazendo uso de pedras maciças retiradas da antiga Pedreira.
Além disso, temos a Peregrinação da Fé, que teve origem em 2021, como uma das atividades da semana de festividades em homenagem ao Padroeiro de Paranapiacaba, Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba. O evento ocorre anualmente, todo mês de agosto, e é organizada pela Paróquia São Sebastião, com apoio das Prefeituras Municipais de Rio Grande da Serra e de Santo André. O objetivo do evento é resgatar a história da cultura local através da manifestação religiosa, além de homenagear o Padre Luiz Capra, figura reconhecida pelas ações de caridade e pela prática de utilizar o trem como meio de transporte para chegar nos locais das missas. O público atraído é bastante diverso, incluindo pessoas com motivações religiosas e devocionais, mas também, turistas que se interessam por caminhadas de longa distância, buscam conexão com a natureza e contato com elementos arquitetônicos e histórico-culturais.
